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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Cinema-Crítica: As Aventuras de Tintim - O Segredo do Licorne

"Não podemos voltar. Não agora, não agora." -


O velho Spielberg está de volta.

Adaptando os personagens do Belga Hergé, dos quadrinhos e também famosos por sua versão animada, A aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne conseguiu ser o melhor filme de Spielberg desde o excelente Prenda-me se for capaz, de 2002.




Steven Spielberg é um dos meus diretores favoritos, eu tenho determinados motivos para ter esta opnião, sou cinéfilo, aprecio os considerados "filmes de arte" e etc.. mas certos motivos fazem Spielberg, um diretor que nunca se negou a ser considerado um "diretor comercial", por mais que a crítica tenha aclamado seus primeiros trabalhos, estar na minha seleta lista de diretores favoritos. Um desses motivos é o fato dele injetar inventividade no cinema para massas, por mais variado sejam os gêneros pelos quais ele passa.

Spielberg tem domínio de técnica impressionante, ele conhece cinema e as possibilidades narrativas do trabalho de câmera como ninguém e está, na maioria dos casos, utilizando o seu talento para projetos que tenham relevância no cinemão.

Ele é o tipo de cara, que na minha opnião, pode dirigir qualquer projeto comercial e tirar o máximo de proveito deles, como pode-se perceber já que ele raramente escreve o roteiro dos filmes que dirige, e quando escreve, passa o projeto para outros diretores, como nos ótimos Poltergeist e Os Goonies.

Enfim, indo desde A Lista de Schindler, o drama adulto que encheu as bilheterias e estava na boca do povo, à Jurassic Park, o blockbuster que virou pedra de alicerce para os blockbusters posteriores, indo de Prenda-me se for capaz, o fell-good-movie inteligente a ponto de agradar todo mundo, à Tubarão, um suspense poderoso, Spielberg está sempre um passo à frente do cinemão comercial de seu tempo.


Depois de vários anos realizando projetos menores, alguns bem aquém de seu talento e outros mal compreendidos (como o inesquecível A.I. Inteligência Artificial), ele volta a fazer um filme realmente empolgante e autêntico que não acontecia desde o próprio Prenda-me se For Capaz, eu diria.




As aventuras de Tintim é empolgante, cheio de energia, rico em detalhes, com cenas de ação magníficas, divertido e sofisticado.


Uma coisa acertada foi o filme dexiar claro para a platéia que está tratando sobre um personagem importante e icônico, e para isso temos não só uma introduçaõ em animação 2D, mostrando o personagem em sua forma silhueta e trazendo um resumo e introdução do estilo de suas histórias, como também uma boa homenagem ao mostrar um desenhista, no caso uma representação do próprio Hergé, desenhando um retrato do protagonista na sua forma original.




Vale mecionar que nesse filme, aliado ao fato de Spielberg ser um excelente diretor de ação, os vilões parecem ter um comportamento mais realista, sempre impulsivos na hora de fazer uma merda, de atirar em alguem ou agredir mesmo sem entender totalmente o que está acontecendo, coisa que difere bastante do que geralmente acontece nos filmes do gênero.

Isto também demonstra algo que também mencionarei mais abaixo, Spielberg não fez mínimas concessões para filmar Tintim, não aliviou a violência necessária ou poupou nos momentos de tensão.


Em certos momentos Spielberg cria planos-sequência inacreditáveis, e que mesmo assim sofisticados não roubando a atenção para si, e sua câmera sempre inventiva gera cenas que já vão ficar na memória, como a linda sequência do Cap Haddock relembrando a história do barco.




Uma coisa que gosto de comentar sobre os filmes mais despretenciosos de Spielberg é em como ele realça a ação ou mesmo gera humor baseado em suas escolhas de câmera, esses detalhes estão presentes principalmente em seus primeiros filmes, como a série Indiana Jones e Tubarão, e que tem em Prenda-me se for Capaz seu melhor exemplo recente.

As escolhas de câmera acabam não só sendo a melhor escolha para observar o que acontece em cena, mas se tornam elemento primordial do impacto que os detalhes filmados terão na observação do expectador por si mesmas, basta se lembrar de toda a cena de Prenda-me se for capaz onde o personagem de Tom Hanks chega ao quarto onde a noiva está segurando inúmeras notas de dinheiro. Alias, filmar em close os pés dos personagens enquanto caminha está virando quase uma marca registrada sua, e em todas as vezes o ato sempre serve a um propósito narrativo.




Eu canso de falar o quanto Spielberg é um excelete diretor de ação e em Tintim não faltam exemplos para reforçar isso, como a magistal sequência na cidade Norte Africana que me lembrou os grandes momentos de Os Caçadores da Arca Perdida.


O trabalho de concepção de arte também está excelente, unindo o realismo e o cartunesco nos pontos certos, além do filme ter um trabalho de cores de uma grande harmonia.

Tintim conseguiu chegar numa boa medida em unir o cartunesco e o realista, soa como uma medida certa entre o cinemão clássico e as inovações do cinema contemporâneo, essa boa dosagem pode ser percebida até na estética do filme, com personagens que ao mesmo tempo tem proporções cartunescas, mas texturas e detalhes realistas, que em uma foto podem até soar um pouco estranhos, mas no filme em movimento poussuem beleza e bom gosto.

Isso faz nós assimilar-mos certos absurdos da trama como algo que faz parte de um todo convincente. É fácil e prazeroso comprar a idéia de Tintim.


Jackson e Spielberg. Os Caras.


É difícil não se estabelecer um paralelo com Cavalo de Guerra, filme que Spielberg lançou no mesmo ano (lembrando que ambos foram lançados originalmente em 2010, nos EUA) já que ambos soam quase como filmes contrários em alguns quesitos.


Primeiramente, Cavalo de Guerra(veja minha critica no Climax) era o filme na qual Spielberg colocou seu lado emocional quando assumiu o projeto, ele é grande admirador da peça original, era a história que ele tinha grande vontade de contar.

Já Tintin ao que parece, é seu projeto mais "profissional", tanto é que era mais livre de objetivos, Spielberg aceitou dirigir o primeiro filme da trilogia, com Peter Jackson dirigindo o segundo e o terceiro sem mesmo ter nenhum diretor ainda confirmado.


Outra questão a se comparar os dois filmes é que, embora Spielberg tivesse uma afeição pessoal com o projeto de Cavalo de Guerra, ele parece não ter feito o filme com liberdade total. Estando num projeto da Touchstone, estúdio pertencente à Walt Disney Company, e limitado à classificação indicativa baixa, ele precisou fazer um filme de Guerra mais amenizado, onde não vemos uma gota de sangue em toda a película.

Já em Tintim, o filme supostamente infantil, temos o personagem principal caindo na porrada com os mercenários, usando arma de fogo, com cenas de sangue e muita coisa que visivelmente não foi feita nenhuma questão de ser amenizada.


O resultado pouco especial de Cavalo de Guerra e o êxito de Tintim me fazem pensar que Spielberg se dá melhor nos seus projetos menos pretenciosos, talvez por não ter tanta certeza do êxito do resultado e se concentrar mais no enriquecimento do potencial de entreeterimento do filme, às vezes numa devoção à cada frame e a nível de detalhes, o que acaba por tornar assistir estes seus trabalhos uma experiência muito prazerosa e até mesmo inspiradora, para alguém como eu, que pretende se profissionalizar no estudo da comunicação visual.




A dublagem está muito bem feita, utilizando o mesmo dublador do desenho do Tintim exibido na Tv Cultura, embora Cap. Haddock seja dublado por Mauro Filho já que utilizar o dublador do desenho não seria possível.


Vale mencionar o incrível trabalho de 3D do filme, qualidade que obviamente existe já que ele recebe o selo REAL3D (basicamente é o que o nome diz, o 3D de verdade e não aquele trabalho fake horroroso da maioria dos filmes), embora não seja um filme live-action, onde o REAL3D é ainda mais impressionante, como em Avatar ou Resident Evil 4.

Aliás, a minha dica é que nunca assistam um filme em 3D que não seja desta tecnologia, pra mim neste caso é preferível se assistir ao filme em 2D mesmo, como pode ser conferido durante os trailers da sessão que eu peguei onde assisti ao trailer de Pequenos Espiões 4 e fica visível ali a discrepância entre um trabalho feito para 3D e uma coisa fake e irreal, que não passa a mínima credibilidade do que é vista na tela.




Spielberg hoje diz que sente muita vontade de dirigir o último filme da trilogia Tintim, depois de assistir este primeiro eu entendo bem o porquê, é impossivel não ver o resultado final e não sentir que ele se divertiu muito ao fazer este filme, eu me senti vendo o velho Spielberg de volta, o cara que gravava filmes de guerra no quintal de casa, que aceitou fazer seu primeiro longa metragem com o orçamento mais ridículo do mundo e que tornava a câmera um fator elementar na diversão que um filme proporciona.

Só espero que este velho Spieberg não precise de mais 7 anos para dar um alô novamente.


Caso você ainda não tenha entendido: VOCÊ PRECISA ASSISTIR À TINTIM! e se possível, leve crianças com você, nunca é demais deixá-las em contato com entreeterimento de qualidade.



escala Spielberg : 10
escala 'massa véio!' : 8
escala diversão: 9


Nota: 9

2 comentários:

Macaíba, o Caipira disse...

Ótima crítica!
Fui assistir esse filme também, achei muito bom!
Ri bastante com os gêmeos hauhaa
Realmente, a cena do Capitão Haddock relembrando a história é muito boa e empolgante!
Espero que venha mais (:

Anônimo disse...

Olá Jonathan,

Sou leitor do Bloganimazonando e sou cinéfilo de carteirinha. Eu estou mandando esse email porque estou trabalhando numa empresa que desenvolveu um portal sobre cinema - o Cinema Total (www.cinematotal.com). Um dos atrativos do site é que você cria uma página dentro do site, podendo escrever textos de blog e críticas de filmes. Então, gostaria de sugerir que você também passasse a publicar seus textos no Cinema Total - assim você também atinge o público que acessa o Cinema Total e não conhece o Bloganimazonando.

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